Meu
- ainda- amor "longínquo", aprendi que o amor quer posse, mas não sabe
possuir...
Se eu comer qualquer coisa em mim se transformará em matéria e isso é
possuir... Amamos qualidades, beleza, admiração e o mistério do
outro...e acima de tudo queremos nos sentir amado em total significância... Como diria Caetano "quando eu te vejo eu desejo o teu
desejo". Mas quando penso em te abraçar, te beijar ou roçar meu corpo
ao teu, não vou estar apenas
abraçando tuas qualidades, mistério ou beleza... Te ter será um canal
íntimo e pessoal de minhas próprias sensações... Senti que me desejas
como ser absoluto e eu a ti... Me amará porque sentes o mais próximo de
uma
valorização totalista... Em meus braços esquecerás de ter medo,
limitações de espírito, pois saberás que te receberei como és. Fazer
amor é um ato natural de cada um, e o teu modo é para mim desejável...
Será como se eu cravasse os dentes na polpa de tua alma e sugasse teu
sumo e você o meu... Ao pensar nisso, deixei de ter ciúmes, mas isso
está vindo com o tempo...