Sabe quando o horizonte te procura e você quer mesmo é se livrar daquele além-mar, sem tentar se perder na floresta, com muito medo de se afogar, parada no meio do tráfego, vendo todos ali a passar, não conhecendo ninguém, nem conhecendo a si mesmo, está no escuro, só, sem roupas, porque essas não são mais as roupas, sem graça, uma desgraça, uma correnteza a levar, o vulcão está em erupção, está quente, queima muito, sem chances de se salvar, tentando se agarrar nas nuvens, mas elas estão tão ao longe, vendo um precipício, vendo uma eternidade, vendo-se agora dentro dele, enxergando na verdade, no desprezo zelado de hoje, no abraço que faltou ontem, no bloqueio do mesenger, no cigarro desesperado, no carro quase virado, a poltrona vazia, a janela agora quebrou, as fotos o que fazer... queimar, rasgar, jogar no lixo do inconsciente,vai, deposita lá. Vai ser melhor, assim não mais sentirás, nem tão pouco pensará nesse turbilhão que te arrebenta. Não tem um coração, tem um hipotálamo, o que bate e o que rebate, sem chorar, sem demonstrar. Pega o MP4 coloque-se no mundo, na redoma, na Bambuluá. Quem sabe quando se virar, e em colo querer deitar, não será apenas um travesseiro que ali estará. Mas o frio é que congela, por isso escolher quem descongelar, por ser de novidades, assim não mais participará. ODEIO RIMAR Cortam-se laços, braços... mas ELO, jamais.
