Aos Visitantes Ilustres

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terça-feira, 1 de março de 2011

Olha ela que agora sou eu!

E lá estava ela, na realidade EU, que sempre a coloco no meu lugar
que vez ou outra sou eu
mas que ultimamente e mais do que nunca tem sido eu
só eu e nada mais que eu
Uma fumaça...
sinal de problemas
que tanto guardei até
não mais aguentar
e estourar
e fazer barulho suficiente para ser ouvida.
Para alguns eu tive que contar a explosão
não, não... não é bem como passaram a informação
Sou um edifício,
com 10 andares,
fui pegando fogo da cobertura...
cabeça quente
mas sempre passava,
a área de lazer era lá
e sempre jogava a água da piscina pra esfriar.
Depois o fogo se alastrou
foi do décimo até o oitavo
em um piscar de olhos
e minhas estruturas já não eram as mesmas
estalava a cada pisada que o morador dava
o pé direito outrora era esquerdo
e eu não queria me levantar, mas tentava e conseguia.
No sétimo andar o caso foi mais complicado
era um apaga e acende constante
vc com sua cabeça e eu com a minha
tristes instantes em que a labareda estava à tona
e o extintor aparecia na Av Paulista.
Do sexto para o quarto foi uma questão de milésimos de segundos
do seu pensamento excêntrico e solista.
No quarto era o único lugar que nos entendíamos
e no terceiro foi mais doloroso,
tenso mesmo,
mas não vale a pena falar.
No segundo... minhas forças estavam se esgotando
e não tinha reforma que arrumasse,
pelo contrário,
cada reforma desenformava ainda mais
e chegando no primeiro
a estrutura estava condenada
e foi assim que se chegou ao térreo
marcando a queda
do que seria
o sonho da minha vida
que sempre estava lá
e agora não mais estará!